quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

 Dias depois o diretor me chamou à sala dele e conversou comigo sobre a possibilidade de me transferir para outra fábrica do grupo. Eu faria um teste de uma semana, se desse certo, ficaria em definitivo, se não desse certo retornaria à fábrica de calçados. 

Quando o gerente da fábrica ficou sabendo dessa negociação, me chamou pro canto e me deu uma regada. Eu havia desobedecido e desrespeitado a hierarquia da empresa. Pois quando evoluímos ou crescemos na vida ficando inertes, esperando uma mudança cair do céu?

Eu percebo que as pessoas mais inquietas e ativas tem as melhores oportunidades. Porque elas não tem medo. Elas não se apegam a um emprego, á estabilidade e á segurança. Preferem arriscar, preferem os desafios e o desconhecido.

Comecei então a trabalhar na cartonagem como desenhista, fazendo arte-final para grandes fabricantes de calçados como a Azaléia, Umbro, Adidas, Dakota, Marie Claire.. mas o começo sempre é difícil, como diz o próprio título. Eu que desenhava em casa com grafite e canetas de nanquim baratinhas e de forma bem amadora, tive que aprender a usar materiais profissionais e muitas, mas muitas regras, protocolos, medidas, termos técnicos de impressão, desenho, pre-impressão, fotolitos, off-set... Uffa..

Mas valeu a pena e eu duvido que tenha uma faculdade de artes graficas que ensine o que eu aprendi em oito anos num setor de arte.

E todas as artes ainda eram feitas á mão. Desenhadas com grafite e depois pintadas com tinta gouache para enviar para a aprovação de cliente, antes de ir para as máquinas off-set de impressão.


Algumas artes que fiz na época ainda tenho umas amostras:









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